domingo, 4 de outubro de 2009

Uma das melhores rodadas do C. Brasileiro!

Marcelo de Jesus / GLOBOESPORTE.COM




As 82.566 pessoas que foram ao Maracanã neste domingo, para assistir ao Fla-Flu, acompanharam mais uma grande exibição do atacante Adriano com a camisa rubro-negra. O Imperador fez os gols da vitória por 2 a 0 e chegou a 15 no Campeonato Brasileiro, ficando à frente de todos os concorrentes. 


Após a sexta partida seguida sem sofrer gol, o Flamengo chegou a 41 pontos e segue mais vivo do que nunca na luta para chegar ao G-4. Agora são quatro pontos de distância. 


Para o Fluminense, a derrota - a 14ª na competição - deixa a possibilidade do rebaixamento ainda mais cristalina. A equipe ocupa a lanterna, com 21 pontos, sete a menos do que o primeiro time fora da zona da degola, o Santo André. O Maracanã recebeu o maior público pagante do ano em todas as divisões do Brasileiro: 78.409. A marca anterior pertencia ao Vasco, no jogo contra o Ipatinga pela Série B. 


Na quarta-feira, às 21h50m, o Flamengo enfrenta o Vitória, em Salvador. O Fluminense, em casa, encara o Corinthians. 



Equipes falham na pontaria 



As duas equipes entraram em campo com formações ofensivas, fazendo com que a partida começasse bastante aberta. A primeira boa jogada de ataque foi do Flamengo. Aos quatro minutos, Léo Moura fez bom lançamento para Zé Roberto, que invadiu a área e chutou na saída do goleiro Rafael. O camisa 1 tricolor fez a defesa e impediu o gol. Na cobrança de escanteio, Denis Marques mandou de cabeça, e a bola foi por cima do gol. 


Aos nove, Adriano fez lançamento espetacular para Denis Marques, que arrancou sozinho mas se enrolou com a bola e foi desarmado por Diguinho. A resposta do Flu foi à altura: Alan recebeu passe em boas condições para finalizar, mas furou na tentativa de tocar por cima do goleiro Bruno.


O Fluminense continuou no ataque. Depois de uma falta cobrada na área, o zagueiro Digão trombou com Bruno e caiu pedindo pênalti. Mas o juiz ignorou o lance e o jogador reclamou bastante.


O Rubro-Negro tinha mais posse de bola, e o Tricolor se fechava no campo de defesa para sair nos contra-ataques. Em um deles, aos 26 minutos, Adeílson tabelou e, da ponta esquerda, cruzou rasteiro para o meio da área. Alan apareceu como uma bala mas chutou por cima do gol. Grande chance perdida. Aos 30 minutos foi a vez de o Flamengo ameaçar novamente. Zé Roberto roubou a bola e, da ponta direita, cruzou para a área. A zaga tricolor fez o corte. Após cobrança de escanteio, Petkovic mandou para a área, e David subiu mais do que os adversários e desviou de cabeça. A bola, no entanto, foi por cima do gol. 


Antes do fim do primeiro tempo, o Flu criou outra boa oportunidade. Aos 35, Adeílson foi lançado na direita e levou até dentro da área. O atacante se livrou com categoria de Léo Moura, mas o goleiro Bruno se antecipou e, com os pés, evitou que o jogador tricolor finalizasse. 



Imperador decide o Fla-Flu 



O Flamengo voltou do vestiário com Willians no lugar do vaiado Denis Marques. E a primeira boa chance foi do Rubro-Negro. Petkovic achou Adriano sozinho na entrada da área e, de perna direita, o Imperador finalizou. Rafael voou e fez uma defesa de cinema. O lance incendiou as torcidas no Maracanã. Empurrado pelo seus seguidores, o Fla continuou em cima e foi recompensado. Aos seis minutos, Zé Roberto fez boa jogada e tocou para Adriano, que arrumou a bola para a perna esquerda e, marcado por dois defensores, chutou por baixo do goleiro Rafael: 1 a 0. 


E havia mais show do Imperador. Aos 18 minutos, ele recebeu sozinho dentro da área e, com a calma de um verdadeiro artilheiro, chutou de perna direita: 2 a 0. O gol enlouqueceu os rubro-negros, que passaram a ironizar o rival gritando "Segunda Divisão".

Entre um gol e outro, um susto: o atacante Alan levou uma pancada na cabeça, em disputa pelo alto com o zagueiro David, e caiu desmaiado. Deixou o gramado em uma ambulância, foi encaminhado para um hospital para realizar tomografia, e nada foi constatado.
Aos 29, o Flamengo quase conseguiu aumentar. Zé Roberto invadiu a área e chutou com força, mas Rafael defendeu bem. Aos gritos de "olé", o Rubro-Negro ainda fez mais um, mas o árbitro anulou corretamente - pois Williams estava em impedimento no cruzamento de Adriano. Até o fim do jogo, o Fluminense ainda tentou diminuir o prejuízo, mas não conseguiu vencer a defesa do Fla. 
Resumo: 

''Artilheiro Adriano comanda vitória do Fla sobre o Flu e afunda mais o rival

Atacante chega a 14 gols no Brasileirão ao marcar os dois da vitória por 2 a 0 sobre o lanterna Fluminense''
Flamengo Flamengo 2 X 0 Fluminense Fluminense


Marcos Ribolli / GLOBOESPORTE.COM
O Santos bem que tentou e chegou até a abrir o placar, mas não foi páreo para o poderio do líder do Campeonato Brasileiro. O Palmeiras mostrou que tem atualmente o melhor time da competição e venceu o clássico deste domingo por 3 a 1, de virada. Deixou a Vila Belmiro com os mesmos cinco pontos de vantagem da rodada passada: são 53 contra 48 do vice-líder São Paulo. Já o Santos segue com 36, em 12º lugar.

Muricy Ramalho venceu o duelo com Vanderlei Luxemburgo e viu seu time ganhar uma partida por dois gols de diferença pela primeira vez desde que assumiu o cargo, há 12 rodadas. Já o santista viu praticamente acabar o seu sonho de chegar o G-4.


Muita correria, pouco futebol

O primeiro tempo deixou clara a diferença técnica entre as duas equipes. O Santos tentou tomar a iniciativa, mas contava apenas com lampejos - ora de Madson, em jogadas individuais, ora de Neymar, com algum passe tirado da cartola. Ficou evidente a falta que faz Paulo Henrique Ganso, o articulador das jogadas, que está na seleção sub-20.

A única jogada correta organizada pelo ataque do Santos saiu aos oito minutos, quando Germano apareceu de surpresa na área do Palmeiras, aproveitou passe de Neymar e chutou. A bola foi por cima.

A partir dos dez minutos, o Palmeiras começou a controlar a posse de bola e ameaçar o gol de Felipe - primeiro em chutes de fora da área de Diego Souza. Aos 11, ele mandou uma bomba e obrigou Felipe a se esticar para defender.

Aos poucos, o Palmeiras foi achando espaços pelas laterais. Armero e Figueroa chegavam à linha de fundo sem serem incomodados e passaram a cruzar bolas na área. A zaga tinha muito trabalho, mas conseguia cortar. Acuado, o Santos tentava ao menos encaixar algum contra-ataque, mas o meio de campo palmeirense vigiava de perto Madson e Neymar. Kléber Pereira, por sua vez, só teve seu nome citado na divulgação das escalações.

A situação dos donos da casa se complicou quando Fabão e George Lucas deixaram o gramado, machucados. Foram substituídos, respectivamente, por Astorga e Luizinho. O primeiro não comprometeu. Com o lateral, o time perdeu a qualidade no passe. Ele chegou perto da linha de fundo por três vezes, mas errou todos os cruzamentos.

Para sorte dos alvinegros, Diego Souza e Cleiton Xavier não fizeram um bom primeiro tempo: o primeiro só apareceu nos chutes, e o segundo se limitou a passes burocráticos.


Emoção na segunda etapa

Os times voltaram do intervalo dispostos a passar uma borracha no primeiro tempo. O Santos, que terminou a etapa inicial acuado, voltou do intervalo partindo para o ataque por todos os lados. Luizinho, que entrara mal no primeiro tempo, mostrava velocidade pela direita, deixando Armero para trás.

E foi assim que o ala abriu o placar, aos nove minutos. Ele aproveitou bela jogada de Neymar pela esquerda e encheu o pé direito. A bola ainda desviou em Armero antes de estufar a rede de Marcos.

O gol santista acordou o Palmeiras. Com Robert no lugar de Obina, a equipe de Muricy Ramalho ganhou mobilidade e passou a aproveitar melhor espaços deixados pelo adversário. Aos 18, Figueroa cobrou falta da direita e achou Diego Souza na área. O meia ganhou de dois marcadores pelo alto e cabeceou firme, empatando a partida.

O jogo tornou-se franco e emocionante. O Santos não se intimidou com o empate do líder e continuou em cima. Luxemburgo sacou Pará do jogo e mandou o time ao ataque escalando o meia-atacante Felipe Azevedo. Aos 24, ele cruzou da direita, Kléber Pereira deixou passar, e Neymar, livre, tentou colocar no ângulo esquerdo, mas errou o alvo.

O líder deu a resposta e conseguiu a virada. A zaga santista deixou Diego Souza dominar dentro da área. Erro fatal. O meia conseguiu se livrar de dois marcadores e chutou cruzado. Robert esticou a perna e fez 2 a 1.

Com o meio-campo escancarado, já que Pará era quem melhor marcava, os palmeirenses tiveram os espaços que faltaram na primeira etapa. Aos 31, Diego Souza e Cleiton Xavier vieram tabelando desde a intermediária. Cleiton rolou a bola para Robert, que ganhou de Triguinho e jogou por baixo das pernas de Felipe. Antes que a bola cruzasse a linha, Vagner Love apareceu para assumir a autoria do gol.

Aos 41 minutos, Maurício derrubou Neymar na entrada da área. O árbitro assinalou pênalti, mas foi avisado pelo auxiliar que a falta havia sido fora da área. Após reclamações santistas, Madson cobrou a infração na cabeça de Felipe Azevedo, que desviou. Marcos fez grande defesa. Ao final da partida, santistas protestaram com gritos de guerra contra a diretoria. Luxemburgo foi poupado.

Resumo:


"Líder Palmeiras bate o Santos de virada e mantém cinco pontos de folga

Luizinho abre o placar já no segundo tempo, mas Diego Souza, Robert e Vagner Love garantem a vitória alviverde na Vila"
Santos Santos 1 X 3 Palmeiras Palmeiras


Agência / Agência Estado


Em posições intermediárias na classificação, Avaí e Cruzeiro se complicaram neste domingo na caminhada para a sonhada vaga naTaça Libertadores de 2010. Cristian, aos 46 minutos do segundo tempo, marcou o gol que decretou o empate em 2 a 2, no estádio da Ressacada, não permitindo que as equipes se aproximassem do grupo dos quatro mais bem colocados no Campeonato Brasileiro. Leonardo Silva e Fabrício fizeram para os mineiros. Léo Gago anotou o outro dos catarinenses.
  


Com o resultado, o Avaí permanece na nona colocação, com 38 pontos, e não vive bom momento na competição. Nos últimos seis jogos, a equipe acumulou quatro derrotas, uma vitória e um empate. Já Cruzeiro vai a 36, em 11°, e amplia para sete o número de rodadas sem perder como visitante (quatro vitórias e três empates).


Na próxima rodada, o Avaí enfrenta o Palmeiras, quinta-feira, às 21h, no Palestra Itália, em São Paulo. O Cruzeiro recebe o Goiás, no mesmo dia e horário, no Mineirão, em Belo Horizonte.


Resumo:




"Com gol nos acréscimos, Avaí consegue o empate com o Cruzeiro na Ressacada

Cristian, aos 46 minutos do segundo tempo, decreta o 2 a 2, neste domingo, em Florianópolis. Resultado é ruim para ambos os clubes no Brasileirão"




Agência / Agência Estado

A oito dias do centenário do clube, a torcida do Coritibateve motivos para festejar neste domingo. Com quatro atacantes em campo nos 20 minutos finais, o Coxa derrotou o Internacional por 2 a 0 neste domingo, no Couto Pereira, e reduziu o risco de rebaixamento no Campeonato Brasileiro. E ao mesmo tempo, diminuiu as chances do Inter ser campeão nacional no ano em que completa cem anos.

Com a vitória na 27ª rodada, o Alviverde paranaense se manteve na 15ª colocação, mas chegou a 33 pontos, cinco a mais que o Náutico, primeiro clube que cairia hoje para a Série B. Já o Colorado perdeu mais uma posição (é o quinto) e estaria fora da Taça Libertadores de 2010 se o Nacional terminasse agora. Pela primeira vez em 27 rodadas (sem contar jogos atrasados), o Inter não figura no G-4. E tem agora nove pontos a menos que o líder Palmeiras.

As duas equipes voltam a campo na quarta-feira. O Inter recebe o Náutico no Beira-Rio, às 21h50m. Já o Coritiba vai à capital paulista enfrentar o São Paulono Morumbi (21h).

Resumo:

"Perto do centenário, Coritiba vence em casa, respira e tira o Inter do G-4
Com quatro atacantes em campo, Coxa faz dois gols nos 15 minutos finais e deixa o Colorado a nove pontos do líder''

Coritiba Coritiba 2 X 0 Internacional Internacional
Agência / Agência Estado

No confronto entre o melhor mandante e o pior visitante doCampeonato Brasileiro, a lógica não prevaleceu. Invicto desde setembro de 2008 no Olímpico, o Grêmio não passou de um empate por 3 a 3 com o vice-lanterna Sport e se complicou na disputa por uma vaga na Taça Libertadores de 2010. Maxi López (duas vezes) e Jonas marcaram para os gaúchos, mas Vandinho, Paulinho e Fininho garantiram a igualdade para o Rubro-Negro pernambucano. Tcheco ainda perdeu um pênalti.

O resultado é péssimo para o sonho do Tricolor gaúcho em terminar a competição entre os quatro melhores. A equipe caiu da sexta para a sétima colocação, com 40 pontos, cinco abaixo do Goiás, quarto lugar. Já o Sport, que tinha somado apenas três pontos em jogos fora de casa até este domingo, respira um pouco em sua luta contra o rebaixamento. O Rubro-Negro segue em penúltimo, com 24 pontos, quatro a menos que o Santo André, último que escaparia do rebaixamento se o Nacional terminasse hoje. 

Na próxima rodada, o Grêmio vai até Curitiba enfrentar o Atlético-PR, quarta-feira, às 21h, na Arena da Baixada. O Sport recebe o Santos, no mesmo dia, às 19h30m, na Ilha do Retiro, em Recife.

Resumo:
" Grêmio permite que pernambucanos busquem igualdade por três vezes. Leão obtém ponto importante "
Grêmio Grêmio 3 X 3 Sport Sport
Agência / Agência Estado


Em General Severiano, virou quase um mantra dizer que oBotafogo cresce nas adversidades. E mais uma vez isso ficou provado com a incrível vitória por 3 a 1 sobre oGoiás, que briga pelo título doCampeonato Brasileiro, na tarde deste domingo, no estádio Serra Dourada. Jobson, Victor Simões e André Lima marcaram os gols da partida na qual o Alvinegro teve um jogador a mais desde os 36 minutos do primeiro tempo, com a expulsão do zagueiro João Paulo - Amaral descontou já nos acréscimos.
O resultado não tirou o Botafogo da zona do rebaixamento, mas acabou com um jejum de 11 jogos sem vitórias no Brasileirão. A equipe está em 17º lugar com 28 pontos, os mesmos do Santo André, levando desvantagem no número de vitórias (cinco contra sete do Ramalhão). No entanto, dá moral para uma equipe que conquistou o seu único triunfo no segundo turno e o primeiro no Serra Dourada desde 1995, ano em que foi campeão nacional. O Goiás permanece com 45 pontos e cai para a quarta posição. As duas equipes voltam a campo na próxima quinta-feira, às 21h. O Goiás enfrenta o Cruzeiro no Mineirão, e o Botafogo recebe o Atlético-MG no Engenhão. 
Resumo:


''Botafogo surpreende o Goiás no Serra Dourada e ganha fôlego no Brasileiro

Resultado mantém o Alvinegro no Z-4, mas dá fim a um jejum de 11 jogos. Esmeraldino perde a chance de voltar à vice-liderança''


Goiás Goiás 1 X 3 Botafogo Botafogo

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

RIO 2016!



PARABÉNS RIO DE JANEIRO, CIDADE ELEITA PARA DISPUTA DAS OLIMPÍADAS DE 2016!

É impossível prever quais serão os maiores atletas do planeta daqui a sete anos. Possível, sim, é saber em que palco eles vão brilhar: o Rio de Janeiro. Em uma sexta-feira histórica para o esporte brasileiro, os cariocas conquistaram em Copenhague o direito de sediar os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. Até a cerimônia de abertura no Maracanã, serão mais de 2.400 dias. Tempo de sobra para viver intensamente cada modalidade, moldar novos ídolos e, acima de tudo, deixar a cidade ainda mais maravilhosa. Superadas as rivais Madri, Tóquio e Chicago, finalmente dá para dizer com todas as letras: a bola está com o Rio.

Quando o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, abriu o envelope com os cinco anéis olímpicos e anunciou a vitória do Rio, foram duas explosões simultâneas de alegria. Na Praia de Copacabana, a multidão que aguardava o resultado soltou o grito e começou a comemorar sob uma chuva de papel picado.

Dentro do Bella Center, os integrantes da delegação brasileira repetiram a festa de forma efusiva. Sem conter as lágrimas, Pelé comandava a celebração, abraçando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador Sérgio Cabral, o prefeito Eduardo Paes e os esportistas. Entre gritos e abraços, difícil era encontrar um brasileiro que não estivesse chorando.

Agência/Reuters

A comitiva brasileira vibra na hora do anúncio: festa verde-amarela no auditório em Copenhague

Enquanto isso, no Air Force One, Barack Obama já voltava para casa, com as mãos vazias e uma decepcionante eliminação na primeira rodada. A população japonesa, em sua maioria contra a candidatura, pôde festejar a saída na segunda fase. Madri avançou à final, mas não conseguiu emplacar duas Olimpíadas seguidas na Europa. E a vitória brasileira sobre os espanhóis na última rodada veio com sobras: 66 votos contra 32.


Na primeira fase, Chicago foi eliminada com apenas 18 votos. Madri liderou a primeira parcial, com 28, seguida por Rio (26) e Tóquio (22). A segunda etapa já teve o Rio bem na frente, com 46, contra 29 dos espanhóis e 20 dos japoneses, que saíram da briga.





O Brasil, que lutava há mais de uma década pelo direito de sediar os Jogos, ganhou a disputa na lágrima, da mesma forma como costuma festejar suas conquistas em cima do pódio em competições mundo afora. Com uma apresentação marcada pelo tom emotivo nesta sexta-feira, o Rio deu a cartada final para convencer os integrantes do Comitê Olímpico Internacional a plantar o movimento olímpico na América do Sul pela primeira vez. A estratégia funcionou bem.



A vitória, na verdade, começou bem antes disso. Após duas tentativas frustradas para as edições de 2004 e 2012, o projeto de 2016 teve o mérito de unir as três esferas de governo. Além disso, a comitiva incluiu não apenas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas um rol de astros esportivos como Pelé, Cesar Cielo, Guga e Torben Grael. 

Ampliar FotoAgência/AFP

O presidente do Comitê Olímpico, Jacques Rogge, anuncia o Rio como cidade vencedora


Quando foram anunciadas as eliminações prematuras de Chicago e Tóquio, o Rio sabia que teria, na última rodada de votação, um adversário de peso. No relatório técnico do COI, Madri ficou à frente dos cariocas. Na hora da decisão, contudo, os votantes mudaram de opinião. 





Quando o Brasil ainda estava na madrugada, começaram as apresentações. A primeira cidade a falar para os integrantes do Comitê Olímpico foi Chicago. O presidente Barack Obama, que tinha chegado algumas horas antes, reforçou o discurso de “uma América de portas abertas para o mundo”. A apresentação foi pragmática e ainda passou por um momento de saia justa, quando o paquistanês Syed Shahid Ali, membro do COI, questionou a dificuldade que alguns estrangeiros têm para conseguir visto de entrada nos Estados Unidos. Enfático, Obama afirmou que acredita num país mais receptivo ao mundo. Mas não terá os Jogos de 2016 para provar a tese. 





Na apresentação de Tóquio, o premiê Yukio Hatoyama estava desconfortável por ter que discursar em inglês. Diante da preocupação do COI com o meio ambiente, os japoneses tentaram convencer os votantes de que poderiam fazer os Jogos mais ecológicos da história.


Agência/Reuters

Na Praia de Copacabana, milhares de cariocas estendem o bandeirão para festejar a vitória

Brasil entrou em cena na terceira apresentação, batendo na tecla de que a América do Sul merecia a chance de, enfim, sediar o evento. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, chegou a citar o pré-sal como trunfo verde-amarelo. O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes reforçaram o elo entre todas as esferas políticas. Mas foi a emoção que deu o tom dos discursos. A jovem Bárbara Leôncio, do atletismo, não conteve as lágrimas enquanto sua imagem aparecia no telão. E o presidente Lula resumiu o espírito da candidatura ao citar a paixão brasileira pelo esporte: “Chegou a hora.”



Madri veio em seguida e surpreendeu. A capital espanhola mostrou um projeto seguro e confiável, até em um de seus pontos fracos: o controle de doping - a comitiva levou a Copenhague uma carta com garantias da Agência Mundial Antidoping (Wada). Com 77% das instalações para 2016 já construídas, Madri apresentou uma candidatura de poucos riscos. “É a decisão segura”, afirmou o presidente do governo espanhol, José Luis Zapatero.


Em vez da segurança espanhola, venceu a emoção brasileira. Até 2016.


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